Praticagem comenta a experiência
A primeira das dez travessias de navio para testar o aprofundamento do calado da Barra Norte do Rio Amazonas foi realizada com êxito pela embarcação STH Athens, contratada pela Cargill e carregada com aproximadamente 60 mil toneladas de milho. Os testes de navegação na Barra Norte, autorizados pela Marinha em julho último, são uma das bandeiras defendidas pela Associação de Terminais de Uso Privado (ATP) para aumentar a eficiência e diminuir os custos logísticos no transporte de cargas pela região Norte do País.
Os testes começaram a ser realizados no último dia 22 e a estimativa da ATP é que os ganhos logísticos possam gerar lucros de R$ 2,7 milhões por embarcação. Isso porque os navios poderão transportar, em média, 1,8 toneladas a mais, a partir da ampliação do calado de 11,50 metros para 11,70 metros. De acordo com os práticos que conduziram a embarcação, Leandro Caiaffa e Francisco Negrão, a manobra foi considerada segura e confirmou a tese defendida pelos estudos preliminares realizados em conjunto pela praticagem, ATP e Universidade Federal do Rio de Janeiro, que conduz trabalho de pesquisa na região.
“Com o auxílio da maré podemos navegar com esse calado ou maior durante cerca de 80% do ano, sendo possível aumentar de forma gradativa e totalmente segura o calado de navegação na Foz do Rio Amazonas até os 12,30 metros de acordo com a altura de maré do dia”, afirmou Leandro Caiaffa.
Sob a coordenação da professora Suzana Vinzón, o estudo da UFRJ, que conta com apoio da ATP desde 2016, aponta que é possível atingir um calado ainda maior, contribuindo assim para o aumento da competitividade de toda a região e igualando a capacidade do local com a de outros portos brasileiros. A ampliação do calado para navegação na Barra Norte contribui ainda para o aumento de investimentos na região, instalação de novos terminais e consequente desenvolvimento econômico com maior geração de emprego e renda.
“Percebemos que o navio manobrou satisfatoriamente durante toda a passagem, atendeu muito bem aos comandos, mesmo com as máquinas em toda força de manobra, e não vibrou nem um pouco”, constatou Caiaffa. Segundo ele, a navegação ocorreu de forma segura em toda a travessia, tanto no arco lamoso, localidade com fundo de lama, quanto no Canal do Curuá, no Amapá.
O prático acrescenta que não foi constado nenhum fato que colocasse em risco a segurança do navio ou de terceiros. Também não foi observado nenhum impedimento à navegação de navios com calado de 11,70 metros. Destacou, inclusive, que a embarcação se comportou muito bem nos trechos de águas rasas.
Para o diretor-presidente da ATP, Murillo Barbosa, os testes de navegação são um primeiro passo para proporcionar um avanço expressivo do setor logístico do País. “O Projeto Barra Norte vai ao encontro da migração da fronteira agrícola das regiões Sul e Sudeste para o Centro-Oeste. A ideia é otimizar as operações de escoamento de grãos e minério pela Região Norte, garantindo segurança à navegação e acesso aos portos do interior do estuário, além de reduzir significativamente os custos logísticos que impactam na competitividade do produto brasileiro”, avalia.
Joana Wightman
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