Em meio à crise causada pelo lockdown na China e pela guerra na Ucrânia, uma boa notícia pode indicar o início da retomada rumo à normalidade para o comércio internacional. As atividades econômicas em Xangai, o maior porto do mundo, vão começar a ser restabelecidas nas próximas semanas. Para especialistas, será o começo do fim do caos logístico que vem impactando as cadeias de suprimentos globais nos últimos meses.
Essa foi uma das questões tratadas na live “Impactos da Guerra Rússia-Ucrânia e da situação da China no comércio exterior brasileiro”, promovida pelo Brasil Export – Fórum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária na tarde desta quarta-feira, 25 de maio. O encontro virtual foi transmitido ao vivo pelo portal BE News e no canal do Brasil Export no Youtube.
A live foi conduzida pelo CEO do Brasil Export, Fabrício Julião, e teve como convidados o sócio e vice-presidente de Negócios e Estratégias do Grupo H e presidente do Conselho internacional do Brasil Export, Jorge Lima; o diretor-presidente da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), Almirante Murillo Barbosa; o economista-chefe da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral; e o presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei), Ennio Crispino.
Entre os assuntos, os convidados debateram também os reflexos da guerra na Ucrânia na logística e no comércio globais. Recém-chegado da Ásia, o executivo Jorge Lima disse que há grande apreensão no exterior quanto à duração do conflito, com o agravamento da crise econômica global e com a aproximação entre a Rússia e a China.
Já o diretor-presidente da ATP, Murillo Barbosa, comentou que há uma preocupação com um possível gargalo no estoque de fertilizantes. “Um dos operadores logísticos que importam fertilizantes me disse que, se não houver uma saída do produto na aquisição pelos produtores rurais, daqui a pouco nós vamos ter dificuldade de estoque. Acho que já se previa uma certa restrição do mercado, com restrições à Rússia devido às sanções, então, houve uma importação muito grande”, afirmou.
Barbosa disse ainda que pode haver redução nas importações devido aos altos preços dos insumos ,decorrentes da restrição de oferta no mercado internacional, devido à interrupção dos envios pelos portos da Ucrânia e da Rússia. “Os produtores rurais estão reticentes em comprar novas remessas pelo alto preço. O cloreto de potássio saiu de US$ 220 (2021) para mais de US$ 1.200 no mês passado. Agora, está começando a cair, talvez, porque nós estejamos com bastante fertilizantes. Isso vai impactar bastante a cadeia porque fertilizante é um insumo absolutamente essencial para a nossa produção agrícola”, salientou.
Com informações do portal BE News.