O primeiro painel do V Congresso de Direito Marítimo e Portuário da ABDM debateu, na manhã do dia 15/09, o tema "Liderança feminina no setor marítimo e portuário" e teve a participação da Diretora Executiva da Associação de Terminas Portuários Privados – ATP, Luciana Guerise. O evento aconteceu no Sheraton Hotel, em Santos (SP).
A mesa foi presidida pela advogada e professora de Direito Marítimo e Portuário do Curso de Direito da Unisanta, Maria Cristina Gontijo, que falou sobre a importância do tema ao abrir o painel. "Tenho muito orgulho de estar ao lado de mulheres com tanto destaque em suas áreas de atuação", disse.
A moderadora Luciana Marques, gerente jurídica da MSC Mediterranean Shipping do Brasil e vice-presidente da Associação Brasileira de Direito Marítimo (ABDM), acredita que a sociedade está em um processo de evolução sobre o assunto. "Somos todas diferentes, mas isso é excelente. Só alcançamos isso se tivermos diversidade, isso é muito importante", comentou Luciana.
Para Luciana Guerise, da ATP, a mulher ainda está longe de ter oportunidades justas de se desenvolver tanto no ramo marítimo quanto portuário. "O Brasil tem um dos maiores gaps de equidade de gênero não só no mundo, como na América Latina. Se a gente não se alertar a sociedade para isso ficaremos para trás, em uma vanguarda de muito retrocesso. Dentro da organização marítima internacional, temos apenas 2% de mulheres. Precisamos mudar isso, pois o setor portuário brasileiro é o que menos emprega mulher e menos tem equidade de gênero", comentou. Luciana, que também é vice-presidente da Wista Brasil, ressaltou a importância da pesquisa sobre equidade de gênero nas empresas do setor aquaviário que está sendo realizada pela ANTAQ, fruto de um protocolo de intenções assinado com a Wista Brasil no último mês de março. “Precisamos conhecer os dados e números dessa equidade no Brasil”, destacou.
A presidente da Wista Brazil e coordenadora Jurídica na Log-In Logística Intermodal, Flávia Maya, destacou o papel da empresa na missão de fomentar o papel da mulher nos segmentos marítimo e portuário. "Temos muitos avanços, mas precisamos trazer o tema para o foco da discussão. No Brasil, sabemos que temos o nosso afunilamento, dificuldades de progresso, de ascensão e esse é um elemento que se contrapõe com o crescimento nos mais diversos setores. Precisamos enxergar que o progresso da mulher no mercado é o progresso do Brasil", opinou.
A delegada de Polícia Federal, coordenadora da Cesportos, Luciana Fuschini Nave, exemplificou com a sua gestão na PF. "Temos 10% de mulheres na Polícia Federal. Coloquei 70% das mulheres, mas não foi por gênero, foi porque elas estavam desenvolvendo bons trabalhos e mereciam exercer cargos de gestão. Hoje o mercado exige que a gente seja multitarefa. Nós mulheres sempre fomos isso. Isso é uma vantagem competitiva para nós atualmente", concluiu.
O V Congresso de Direito Marítimo e Portuário da ABDM é uma iniciativa da Associação Brasileira de Direito Marítimo (ABDM) e realização conjunta da Universidade Santa Cecília (Unisanta) e do Sistema Santa Cecília de Comunicação.
Com informações da Santa Portal.