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    ATP contribui com propostas e análises para melhorar a eficiência logística do País

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    Doze mil quilômetros de gargalos logísticos. Essa é a extensão dos problemas de acessos terrestres e aquaviários dentro do território brasileiro, segundo a Empresa de Planejamento e Logística (EPL). Para debater a infraestrutura e a eficiência logística do país, o seminário Painel 2018 reuniu, nos dias 29 e 30 de agosto em Brasília, cerca de 150 pessoas entre representantes do Poder Público, da iniciativa privada, acadêmicos e especialistas do setor.

     O diretor-presidente da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), Murillo Barbosa, foi um dos palestrantes do primeiro dia do evento e participou do painel “Sistema aduaneiro e seus impactos nos custos logísticos” no qual apresentou a visão dos terminais privados sobre o tema. “Os terminais têm procedimentos eficientes e a carga nunca é retida indevidamente. Só permanece no terminal para o procedimento de liberação ou por interesse do importador em armazenagem. Quando excede o prazo, muitas vezes, é por conta da liberação dos agentes públicos”, afirmou.

    No mesmo painel, o diretor do Departamento de Competitividade da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Flavio Scorza, afirmou que não adianta retirar amarras burocráticas se os fluxos logísticos não funcionarem. Segundo ele, o ministério já começa a trabalhar com a integração de sistemas entre Vigiagro, Anvisa e Siscomex para efetivamente agilizar os processos de liberação de cargas.

    Já o capitão de corveta da Marinha do Brasil, Péricles Arraes, falou sobre o projeto Porto Sem Papel que surgiu em 2009 devido à ausência de padrão no preenchimento das informações sobre a entrada e saída de navios, além de inconsistências, demora no envio dos dados aos diversos órgãos envolvidos e consequentes atrasos na liberação das embarcações.

    “Tínhamos um sistema arcaico, antigo, baseado em papel e que foi modificado por um sistema de processamento de dados ágil e com ganho de qualidade na redução de custos e prazos de liberação e de estadia das embarcações”, avaliou Péricles. Entre outros ganhos, a implementação do projeto melhorou a comunicação, reduziu custos do governo, padronizou o preenchimento das informações e facilitou a análise dos dados portuários.

    Outros painéis do evento discutiram também a eficiência dos planos logísticos nacionais, segurança no transporte de cargas e direcionamento de recursos para projetos de infraestrutura.

    Integração Sul-Americana multimodal

    O diretor de Planejamento da EPL, Adailton Dias, disse que uma das prioridades da entidade é a integração sul-americana pelos sistemas rodoviário, ferroviário e aquaviário, incluindo a cabotagem. Segundo ele, a EPL vem conduzindo estudos conjuntos com Argentina e países fronteiriços do Cone Sul. Outra meta é a integração com o Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP) para adequar acessos às capacidades logísticas dos portos.

    Para o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Oliveira, falta competição no sistema de transportes brasileiro. “As tarifas não tornam a operação ferroviária viável. Houve muita tolerância ao abandono de rotas e ramais, inclusive tendo como consequências o roubo de trilhos e dormentes”, ressaltou. Em sua opinião, ocorreram erros na condução de contratos e não houve um planejamento de uma rede integrada de ferrovias.

    O delegado da Polícia Federal, Mariano Beltrame, abordou o problema do roubo de cargas. Destacou que o Brasil é o oitavo país do mundo com maior índice desse delito. “Essa situação de insegurança faz com que o capital estrangeiro pense 10 vezes antes vir para cá. Segurança é um tema que deve ser discutido junto com a Economia”, opinou. Ele alertou para a necessidade iminente de uma política de curto, médio e longo prazo para a Segurança Pública. “É um processo histórico, caro e extremamente necessário.”

     

    Joana Wightman
    Coordenação de Comunicação ATP
    Contatos: (61) 3032-1931 / 3201-0880 / 98483-5503
    comunicacao@portosprivados.org.br

    Publicado em 31/08/2018
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