A Portonave, terminal de contêineres de uso privado em Navegantes (SC), já pode operar sua área recém-expandida. A empresa recebeu ontem o alfandegamento da Receita Federal, última exigência para inaugurar comercialmente as operações de armazenagem, carga e descarga de comércio exterior na área ampliada. O terminal tem agora 400 mil metros quadrados, tornando-se a segunda maior instalação em área operacional de contêineres da região Sul - atrás do Tecon Rio Grande (RS), com 414 mil metros quadrados.
O potencial de movimentação subirá em 50%, para 1,5 milhão de Teus (contêiner padrão de 20 pés) por ano. "A capacidade dinâmica depende de outros fatores que não só da área. Mas imaginamos que com essa área será possível chegar a 1,5 milhão de Teus", diz Osmari Castilho, presidente da Portonave.
Se a expansão física coloca a Portonave em outro patamar, ela não é tudo. Hoje o complexo portuário do Itajaí, formado pelos portos de Navegantes e Itajaí, não pode receber os maiores porta-contêineres operando na costa, de 335 metros de extensão e capacidade para até 9,6 mil Teus. O canal é limitado a atender embarcações de até 308 metros, com cerca de 8 mil Teus de capacidade, devido às restrições da bacia de evolução.
O governo de Santa Catarina irá fazer uma nova bacia de evolução que permitirá o giro de embarcações maiores. "Com a nova bacia iremos para os 335 metros", diz Castilho.
As obras de expansão levaram um ano e estavam prontas desde meados de julho, à espera da liberação da Receita. Consumiram cerca de R$ 190 milhões em investimentos na expansão física - que passou de 309 mil metros quadrados para 400 mil metros quadrados - e na aquisição de maquinários. O cais, que já tinha 900 metros de extensão, não foi alterado.
O terminal atende 12 linhas de navegação, todas de longo curso de armadores que operam em sua maioria em serviços consorciados. O número de linhas inclui quatro serviços que chegaram recentemente, após migração do concorrente APM Terminals Itajaí, que fica em frente à Portonave. Sobre novos contratos com armadores, Castilho diz não haver "nada no momento". Em 2014, a empresa movimentou 676,6 mil Teus, quase o mesmo desempenho de 2013.
A Portonave é uma das empresas da Triunfo Participações e Investimentos, grupo que recentemente vendeu duas usinas hidrelétricas e uma subsidiária de comercialização de energia para reduzir o nível de endividamento. Segundo o Valor apurou, a venda do terminal está fora de cogitação.
A ampliação da Portonave já estava prevista na autorização dada em 2001 pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para a empresa construir o terminal, que terá três etapas. O empreendimento foi inaugurado em 2007 com um layout que correspondia à primeira fase. Não há previsão de quando ocorrerá a próxima expansão.
(Fonte: Valor Econômico)
Joana Wightman
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